terça-feira, 24 de abril de 2012

Apenas derrotas

Essa ultima semana nos deu lições no futebol. Claro, os mais experientes e rodados não devem ter se surpreendido tanto. Mas pela euforia da maioria que torcia contra e riu com as duas derrotas do Barcelona para o Chelsea e para o Real Madrid, e com a desclassificação do time catalão após o empate hoje no Camp Nou, só nos vem mostrar o quanto é apaixonante o futebol e o quanto aprendemos com ele, quando achamos que já vimos tudo. Nunca, nenhum time será invencível no futebol. E nem o time perfeito. Esse Barcelona já mostrou defeitos em outras oportunidades. São poucos, são raros, mas acontecem. Contando ainda com jogos não tão inspirados de Messi, e com um time qualificado, experiente do outro lado, o resultado não é tão surpreendente se for analisar bem. O surpreendeu talvez foi a forma que o Barcelona se comportou quando esteve correndo contra o tempo em desvantagem. O toque de bola e as tabelas rápidas deram lugar ao desespero e a bola aérea. Keita entrou para tentar o gol de cabeça, assim como em 2010, Piqué fez esse papel na eliminação frente a Inter de Milão também no Camp Nou. Explorar espaços, atacar na hora certa, saber tirar o máximo da característica de cada jogador que você tem no seu plantel. Analisar pontos fracos do adversário, mesmo que seja um só. Contar com a sorte, contar com o regulamento. Alguns dos fatores preponderantes para a classificação dos ''blues'' hoje. Quanto ao Barcelona? Apenas mais uma derrota, mais uma desclassificação. Crise vem e vai. Não deixam de ser o melhor time do mundo. Serão questionados, podem até perder o posto. Mas mesmo assim é só uma derrota, é futebol, é apaixonante. 

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Ramires merece um caso a parte. É indispensável ao Chelsea e ao esquema de Di Matteo. Porém não como aquele volante que saiu do Cruzeiro e jogou a Copa de 2010. Ramires com o time londrino com 11 em campo em condições normais jogava como atacante pela esquerda, num 4-3-3 disfarçado em que ele acompanhava Dani Alves o jogo inteiro. Jogou demais os dois jogos. Assistencia pro gol no primeiro jogo, e um GOLAÇO no segundo jogo. Ramires não tem sido chamado por Mano Menezes. O que é errado. Jogando o futebol que está jogando, não pode ficar de fora.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Improvisação ou invenção?

Após o Atletiba de domingo, fiquei pensando: Porque certos técnicos não conseguem fazer o simples? Carrasco é um dos maiores exemplos disso. Não vou nem falar do caso do Manoel como atacante, porque realmente prefiro acreditar que ele o confundiu com Guerrón. Vamos falar do jogo de ontem. Acho louvável a atitude do uruguaio de jogar no 4-3-3, ainda mais com um volante apenas e dois meias armadores. É a ofensividade prometida no inicio e que cai bem com a característica de alguns jogadores. O problema é a montagem do onze inicial. Deivid é para ser o primeiro volante. Já provou que dá conta, mesmo às vezes sobrecarregado. Porém por muitas oportunidades ele estava marcando a frente de Paulo Baier. Baier que estava praticamente louco no inicio do jogo tentando organizar a bagunça dentro de campo criada por Carrasco fora dele. E toda essa bagunça se deu pelo posicionamento de um jogador: Ricardinho. Escalado como terceiro homem do meio-campo, o camisa 8 começou o jogo perdido. Na gíria do futebol, falamos que ele e os companheiros passaram o tempo inteiro ''correndo errado''. O espaço para o time do Alto da Glória era absurdo, principalmente pelo lado esquerdo. O primeiro gol é gritante a falha aqui descrita. Ricardinho reconquistou seu espaço no Furacão jogando aberto na esquerda. Um simples troca de posição com Marcinho deixaria a situação um pouco mais ajustada, mas o correto seria o inicio com Ligüera. Carrasco corrigiu o posicionamento com auxílio de Guerrón. O equatoriano foi expulso e Zezinho, que é meia e vem sendo escalado como volante, entrou e o Atlético cresceu. Acho que a entrada de Ligüera no intervalo no lugar de Marcinho poderia dar outro rumo ao jogo. Com Baier e Zezinho e o uruguaio, o rubro-negro teria mais volume no meio, poderia ocupar os espaços dominados por Everton Ribeiro, Rafinha e Lincoln, que entrou com muita liberdade. Além do que, teria mais qualidade para chegar à frente com Edigar Junio, que estava muito bem, mesmo que isolado a frente. Digo isso com base no segundo gol do Atlético, em que todos tiveram participação, começando com uma jogada de Edigar pelo lado esquerdo. Acho que está na hora de mais uma conversa da diretoria com Carrasco sobre o seu trabalho. Não sei se a ultima, mas antes da final e dos jogos da Copa do Brasil seria interessante. Improvisar na necessidade é uma coisa. Inventar e preterir jogadores em suas próprias posições para talvez bancar o gênio em caso de sucesso depois é totalmente diferente. Talvez isso que falte a Carrasco. O discernimento do que é necessário e o que é enfeite. Improvisar também começa com a letra ''i'' pode soar parecido, mas são coisas totalmente diferentes.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vila, tá na hora!


O calendário mal começou para o Paraná Clube e as decisões já se tornam comuns. Primeiro na estreia contra o Luverdense, os jogadores tinham que provar o valor no primeiro jogo da temporada, campo em cidade afastada, gramado irregular e um time pequeno e fechado. Um empate, uma boa partida. A sequencia era a pressão da estreia junto a torcida. Jogadores jovens, estreando com a camisa de profissional na Vila Capanema tinham que corresponder. Ricardinho também fazia sua estreia frente ao torcedor. E para um bom publico. Mesmo com o nervosismo, veio a vitória ao natural. Após mais um tempo apenas de treinos, vem o jogo contra o Ceará, candidatíssimo ao acesso a Série A, líder do Campeonato Cearense. Para piorar o jogo era no alçapão do Estádio Presidente Vargas. O Paraná Clube foi lá e surpreendeu muita gente. Levou um gol no inicio após pressão fulminante do ataque alvi-negro. Levou um gol antes dos 15' e mesmo assim manteve a tranquilidade para encaixar seu jogo. Empatou com méritos, virou com mais méritos ainda e se não fosse a falta de ritmo, teria vencido o jogo. Grande resultado o 2x2 fora de casa. Joga pelo empate na Vila Capanema agora. Torcida está confiante, entrevistas dos jogadores são focadas e motivadas. Ricardinho é coerente e sensato. Reconheceu o bom jogo, porém sabe que é um resultado extremamente perigoso. Resta agora o torcedor continuar fazendo a parte dele. A diretoria corre contra o tempo para instalar as câmeras necessárias para aumentar a capacidade da velha Vila querida. Se der tempo, capacidade vai para 17 mil pessoas. Seria lindo ver a Vila lotada nesse jogo que pode embalar de vez o Paraná na sequencia da temporada. Torcida, tá na hora!

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O Ceará precisa da vitória. Mas o time é fraco na criação das jogadas. A válvula de escape é Apodi. Veloz, atropelou Henrique no primeiro jogo. Henrique apoia bem, mas não sabe marcar. Uma solução que poderia ser adotada por Ricardinho é o deslocamento de Elias aberto nas costas do lateral cearense. Segurar um pouco Paulo Henrique e liberar o próprio Henrique também é uma boa. De resto é não dar espaço para o Mota e atacar. Se o Paraná pressionar, a vitória vem ao natural.